Originalmente publicado em 2016-06-11 10:00 no blog Patinete a vela.

Warcraft, o filme

Ontem assisti o filme do Warcraft e gostei demais! Fui com uma expectativa baixíssima, esperando a história mais previsível e todos os clichês imagináveis (estimulado talvez pelos péssimos trailers que eu tinha visto do filme), mas fui confrontado com um filme em que heróis e vilões se mesclam e morrem como moscas e em que somos levados a alternar nossas empatias entre duas raças adversárias que se odeiam mas cujas motivações são perfeitamente válidas (e irreconciliáveis).

Embora eu tenha jogado pouco do World of Warcraft, venho jogando os jogos da franquia Warcraft desde 1996. Como fã de longa data o apelo emocional do filme é muito maior - similar ao que senti ao assistir o Jurassic World. Lugares comuns e clichês de cenários de fantasia medieval parecem desaparecer perante meus olhos lacrimejantes de emoção ao reconhecer personagens, lugares, eventos e melodias do jogo. O filme foi feito para apertar todos os botões certos para emocionar fãs veteranos como eu.

Curioso com relação à recepção do filme pela crítica e audiência fui dar uma checada nas avaliações do filme no Rotten Tomatoes. Fiquei intrigado com o péssimo resultado de 27% de aprovação dos críticos especializados (média baseada na opinião de 123 críticos), mas com o resultado de 83% de aprovação pela audiência (média baseada na opinião de mais de 37 mil pessoas). Parei um pouco para ler as críticas negativas e notei uma tendência injusta. Muitos dos críticos reclamaram do fato de que o filme é uma cópia de Senhor dos Anéis, ou de que é muito complicado para entender para quem não joga, ou até mesmo de que é um filme muito de nicho (se é possível considerar “nicho” a imensidão de jogadores de Warcraft e de outros jogos que com certeza conhecem ou são atraídos pela franquia).

Claro, o mundo de Warcraft não tinha pretensão de ser um mundo totalmente inovador e original (com influências muito óbvias de Senhor dos Anéis e a série de jogos de tabuleiro Warhammer), e o mérito da mitologia do filme deve ser julgado em comparação com a mitologia do jogo, pois se o roteirista desvia desta para criar uma obra mais original ele passa a pecar na fidelidade de sua adaptação. O filme pode parecer frenético e superficial para os não iniciados, mas como eu já estava familiarizado com os eventos e personagens não senti dificuldade em acompanhar. Talvez seja justamente por causa disso que eu não posso avaliar de forma objetiva sobre a dificuldade de compreensão do roteiro.

É interessante também notar que muitos dos críticos consideraram o filme um fracasso, embora desde seu lançamento no final de maio já tenha arrecadado mais de US$ 280 milhões (com orçamento de produção de US$ 160 milhões), de acordo com a Wikipedia. A aceitação do filme pelos críticos e pela audiência foi pior nos Estados Unidos, onde o filme só foi lançado nesta semana, então se tem um título que o Warcraft pode com orgulho não ostentar é o de ser um blockbuster típico para o público americano. ​ E você, assistiu o filme? O que achou?